BART, O GÊNIO: UMA BREVE ANÁLISE DE UM EPISÓDIO DE “OS SIMPSONS” SOB O FOCO DA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO.
FREITAS, Silvio Silvério Feitosa de - email:silvio.silverio.feitosa@gmail.com
O objetivo deste trabalho, sob o prisma da filosofia da educação, é fazer uma análise do episódio de Os Simpsons, intitulado “Bart, o Gênio”, pois este critica a educação norte-americana dos fins de 1980 e início de 1990. A metodologia para este escrito foi a pesquisa bibliográfica e a análise de roteiro. Os Simpsons é uma criação de Matt
Groening, que criou os personagens e a série com a proposta de retratar uma família disfuncional, inundando esta com inúmeras referências culturais ocultas de forma atípica para seriados da televisão, com o intuito de não ser mais um sitcom de péssima qualidade. Bart Simpson, o protagonista do episódio, é retratado em vários momentos como um garoto problema, que enfrenta a autoridade (diretor e professora), porém, ao burlar um teste de inteligência do governo em sua escola, acaba por mudar de status (era tido como “burro” e agora é “gênio”), saindo do ensino regular padrão para uma escola ensino à “superdotados”, onde o ensino é flexível e tutorado, bem como uma mudança na sua identidade social (era tido como mais um garoto por seus colegas de escola, depois do teste, é visto como um gênio que não deve se misturar com os demais – e isso é sustentado pelas próprias crianças de sua antiga escola), no trato de sua família (com a mudança de status sua mão começa a propiciar atividades que visam uma maior aquisição cultural, como ir a ópera), até a queda (onde confessa a culpa) e superironia. Nesta apresentação, focaremos 4 pontos: 1) a crítica à educação regular e especial que o desenho faz, similar aquela que H. Arendt faz à escola norte-americana e D. Saviani à pedagogia nova; 2) a ideia de capital cultural e investimento no eu, onde retomaremos brevemente Focault e Bourdieu; 3) identidade social virtual de I. Goffman e os problemas que Bart sofre ao mudar de status sem possuir os requisitos necessários, e; 4) queda e tentativa de superironia no roteiro para evitar moral.