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A CORRUPÇÃO E A DECADÊNCIA DO CONCEITO DE RAZÃO EM DETRIMENTO DA HUMANIDADE
COSTA, Pedro Ferreira - email:costap.filosofia@gmail.com

Desde o princípio, a busca da racionalidade sempre foi um problema central na filosofia, pois é a partir dela que a ciência nasce como sobreposição do mito ao produzir reflexões para o conhecimento do mundo. A ciência sobrevive de um impulso
mitológico que entusiasma o homem a filosofar; para Aristóteles, o filósofo deve ser amigo do mito justamente pela inquietação de conhecer que ele gera em nossa alma. Porém, qual é a capacidade humana de entender e dominar o mundo através do exercício próprio da razão, que nos faz existir como sujeitos interpretadores da natureza, e quais as consequências que a busca dessa relação homem-mundo trouxe ao valor humanista? Neste sentido, serão abordadas obras como De Anima e Ética a Nicômaco, de Aristóteles, no que se refere à especificidade humana e a finalidade da razão; a segunda referência baseia-se nas ideias de David Hume, nas obras intituladas Tratado da Natureza Humana e Investigações Acerca do Entendimento Humano, que tem por objetivo discorrer sobre os limites em que a racionalidade se encontra no domínio e no conhecimento de mundo; em seguida Alan Chalmers, com sua obra O Que é Ciência Afinal, para abordar o êxito e o fracasso das ferramentas de instrumentalização metodológica do raciocínio, que passa a conferir ao conhecimento uma posição de destaque científico e os embates destes critérios na busca do método mais eficiente; e a última obra abordada, Dialética do Esclarecimento, de Theodor Adorno e Max Horkheimer, busca evidenciar o problema pelo qual tal instrumentalização a submeteu ao transformar o homem que tinha, através dela, a finalidade de dominar e entender o mundo, passando agora à testemunhar sua própria dominação e a instrumentalização humana através de tal ferramenta. Em suma, o presente artigo investiga o movimento pelo qual a racionalidade passa de seu caráter transcendental para mero instrumento de dominação, tendo em vista o processo de corrupção e a decadência de seu valor, designado desde a filosofia clássica até os dias atuais.

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