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A PÓS-MODERNIDADE COMO FRUTO DA DECADÊNCIA KEYNESIANA E A ASCENSÃO NEOLIBERAL

MARTINS, Douglas Rafael Dias - email: douglas__martins@hotmail.com
O objetivo deste trabalho consiste em apresentar as causas e consequências, nas e das relações sociais, que constituem essencialmente o período e as múltiplas tradições que são compreendidas por "pós-modernistas". Nesse sentido, a intenção é demonstrar
como, pela noção geral de ‘superação da modernidade’, essas correntes se constituem como um reflexo da razão moderna em um "espelho quebrado" - para usar um termo do francês Daniel Bensaïd -, mais ou menos apologistas da atual fase financeira do capitalismo, em que predominam as desregulamentações sócio-econômicas e a liquidez e efemeridade dos investimentos especulativos. O ponto de partida da análise serão as recessões generalizadas de 1974/75 e 1980/82, as primeiras recessões generalizadas da economia capitalista internacional desde a Segunda Guerra Mundial, tomando como referencial de análise as considerações feitas por Ernest Mandel. São esses marcos histórico-econômicos objetivos que marcam a transição das políticas econômicas do chamado “Estado de bem-estar social” e da influência do pensamento keynesiano, para a ascensão das políticas econômicas cunhadas genericamente de “neoliberalismo” ou “Estado mínimo”. Desde então, os ciclos econômicos das políticas “neoliberais” tiveram como resultado uma ampla e profunda desregulamentação da esfera financeira em todo o mundo, também acarretando como consequência a desregulamentação das esferas produtivas e reprodutivas em escala e desenvolvimento desigual e combinado – que por sua vez se expressam na “flexibilização” e retirada dos direitos trabalhistas, enfraquecimento dos instrumentos e organismos de mediação dos interesses e representação da classe trabalhadora e jovens (sindicatos, partidos, conselhos e comitês de fábricas e operários, etc.). Não à toa, as massas trabalhadoras e juventude em todo o mundo voltam a idealizar a superação do modo de produção capitalista sem a mediação de organismos e instrumentos “materiais” (como elementos anarquistas e românticos da influência ‘stalinista’), seja através de elementos culturais, estéticos, de representação política-parlamentar e institucional-midiática ou pela romantização de fuzilamentos que “mataram pouco”. Entretanto, desde a crise capitalista iniciada em 2008, que ainda se mostra sem perspectivas de superação, aponta-se para o questionamento e insuficência da recuperação e do crescimento das taxas de lucro do período “neoliberal” em relação ao período anterior. Nesses marcos, mais uma vez, e mais do que nunca, comprova-se historicamente a impossibilidade de se reformar o capitalismo através de um “novo modo de se viver”, voltando a ser mais relevantes do que nunca as reflexões político-filosóficas trazidas por uma gama de pensadores revolucionários, tais como Hegel, Marx e Engels, Lênin, Trótski, Rosa Luxemburgo, para citar alguns.

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