O TEMPO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E OS SUJEITOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
BERSI, Rodrigo Martins - email: rodrigom.bersi@gmail.com
O estudo da história é uma leitura do tempo, das temporalidades e dos hábitos humanos. A maneira como nos organizamos na sociedade e no tempo influencia as práticas cotidianas e reestrutura epistemologicamente o sujeito. No tempo da velocidade das Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC o sujeito se dilui no contexto da Sociedade da Informação e das novas tecnologias, a memória pode ser armazenada em
mídias digitais, as lembranças guardadas em fotos, músicas em pendrives, cálculos em calculadoras digitais, compromissos em e-mails, amigos em redes sociais e trabalho no computador, transportando as atividades humanas sociais e cognitivas para o ambiente virtual, tornando essas mídias constituintes dos sujeitos e o contato com essas TIC o elo de legitimidade entre os membros nesta sociedade. A linguagem digital permeia todos os aspectos do sujeito, do social ao cognitivo, permitindo que este se aproprie das TIC enquanto uma nova tecnologia epistemológica da inteligência, assim como a linguagem oral e a escrita, que reorganizam a forma de pensar do ser humano e sua leitura sobre o tempo e o espaço. Diante da importância epistemológica da apropriação da linguagem digital na sociedade contemporânea fica implícito sua emergência social, servindo como um elemento último e de maior intencionalidade de exclusão social nesta sociedade. O indivíduo para fazer parte da Sociedade da Informação e se apropriar das novas tecnologias, necessita incorporar a linguagem digital pela alfabetização digital, que nesta perspectiva é tão importante quanto a alfabetização da língua escrita para o desenvolvimento do aluno. Diante deste panorama, os alunos da Educação de Jovens e Adultos acabam por ser ainda mais marginalizados, pois são pessoas das classes mais baixas economicamente, que ainda não foram alfabetizadas na língua escrita, com idade mais avançada, que não tiveram acesso ao computador na infância ou atualmente e que em seu processo formativo as TIC não são consideradas como um dos principais elementos necessários à alfabetização destes sujeitos, para efetiva inclusão destes como membros nesta sociedade pautada nas TIC, para que possam se apropriar da linguagem digital e se incluir na sociedade como cidadãos e indivíduos autônomos.