CONTRIBUIÇÕES DE EDGAR MORIN PARA PENSAR A EDUCAÇÃO: CRÍTICA À HIPERESPECIALIZAÇÃO DOS SABERES E A NECESSIDADE DA RESPONSABILIDADE FURLAN, Bruna Marcela - email: brunamarcela_furlan@hotmail.com
Conforme as considerações no trabalho “Contribuições de Edgar Morin para pensar a Educação: crítica à hiperespecialização dos saberes e a necessidade da responsabilidade” pretendo analisar o desenvolvimento do pensamento do sociólogo, antropólogo e filósofo francês Edgar Morin, partindo de suas contribuições para a educação com o seu conceito de hiperespecialização e a sua noção de responsabilidade do sujeito para com a produção do conhecimento. Partindo do pensamento complexo (ou teoria da complexidade) com a leitura sistêmica do mundo, aponta o todo como uma teia de relações. A teoria da complexidade segundo Morin, entende a realidade como um todo indissociável. Nesse sentido, Morin aponta que as áreas dos saberes são
fragmentadas e compartimentadas sem diálogo entre si, fruto do paradigma estabelecido para a construção do conhecimento em que separa e isola o objeto para conhecê-lo, e sendo assim, os saberes perdem a relação com o todo que é fundamental, tornando o conhecimento desfigurado. A organização dos saberes por meio desse paradigma que supõe simplificações, linearidades, ações mecânicas e hierarquias, é a causa da hiperespecialização dos saberes. A hiperespecialização acelera o ritmo de produção de conhecimentos acerca de um objeto isolado sem diálogo com as demais áreas do saber, e ao mesmo tempo que coloca o especialista como conhecedor absoluto de sua área reforçando o cientificismo. O autor afirma que a fragilidade das teorias isoladas tem como consequência um saber superficial acerca do objeto, e o especialista não compreende as relações tanto de si quanto de seu objeto com o mundo. A consequência disso são conhecimentos gerados de forma irresponsável, no sentido que não se sabe suas ligações, implicações ou responsabilidades com o todo. Causando deslocamento sobre como pensar a educação, Morin aponta para uma perspectiva sistêmica em que todo o ensino é voltado para construção de um sujeito responsável e conhecedor do seu próprio meio.