O MODESTO NOME DE UMA ANALÍTICA DO ENTENDIMENTO PURO.
MERY, Javiera Ignacia González - email: j.gonzalez.mery@gmail.com
Kant na Crítica da razão pura propõe na dedução metafisica [B 38] a origem das categorias a priori em geral, em completa concordância com as funções logicas universais do pensamento. Na dedução transcendental, Kant apresenta a possibilidade das categorias como conhecimentos a priori de objetos de uma intuição geral [§20- 21]. Nesse trabalho, se pretende abordar o problema da dedução das categorias na Analítica dos conceitos, particularmente o problema da Dedução Transcendental do uso universalmente possível dos conceitos puros do entendimento na experiência apresentado no §26 da primeira Crítica. Para isso, considerarei os parágrafos § 19, §20 e §21 da Crítica da razão pura, para discutir particularmente as relações conceituais entre as noções de síntese, imaginação e unidade objetiva da apercepção [§19] em relação com as representações a priori de espaço e tempo. Kant diz que para tornar compreensível a possibilidade do objeto das categorias é preciso descer imediatamente as condições da sensibilidade, a saber, à forma dos fenômenos, pois, estando o objeto delas sujeito a ditas condições, elas tem de estar, também limitadas a ditas condições [B 300]. Mas, se retirarmos a sensibilidade, como seria possível que as categorias pudessem ter significado e validade objetiva no entendimento? [A 242]. Se retirarmos as condições da sensibilidade que conformariam as condições de possibilidade de um uso empírico, só poderíamos tomar as categorias por conceitos de coisas em geral, considerando a função logica dos juízos só como condição de possibilidade das coisas, limitando a demonstração da aplicação e objeto que as categorias têm. De acordo com o anterior, se pretende explorar as relações entre a dedução das categorias na Analitica dos conceitos, com o problema da unidade essencial do conhecimento puro, tomando como foco para a reconstrução do problema o conceito de imaginação. Para isso, apresentarei uma breve análise das relações que podem ser estabelecidas entre os conceitos imaginação e de síntese pura a partir do §10 da primeira Crítica “Dos conceitos puros do entendimento ou categorias” e os parágrafos §13, §14 e §15 da Parte Segunda “A realização da fundamentação da metafísica” da obra Kant e o problema da metafísica. Nesse sentido, esse trabalho pretende abordar a partir desses elementos a proposta heideggeriana de fundamentar uma metafisica retomando elementos do projeto kantiano da Crítica da razão pura, para sustentar o projeto ontológico que ele ira desenvolver mais tarde em Ser e Tempo. Considerarei para isso, a crítica que Heidegger levanta ante Kant, dizendo que este último reduziria a ontologia a uma mera Analítica
do entendimento puro, pois para Kant a Analítica Transcendental é o fim da ontologia [B303].