PERSPECTIVAS NATURALISTAS DO CONHECIMENTO E DA MENTE
POLETTO, Leonardo Queiroz Assis e-mail: leonardoqap_02@yahoo.com.br
A pesquisa tem como objetivo geral analisar e classificar diferentes perspectivas da filosofia da mente como naturalistas ou não. Para tanto, primeiramente analisamos seus problemas e postulados ontológicos, semânticos e epistemológicos, como elencados por Churchland (2004). Dividamos seus problemas em três domínios diferentes. Domínio Ontológico: cujo alguns problemas são: Qual é a natureza real dos processos e estados mentais? Em que meio eles ocorrem e como se relacionam com o mundo físico? Se a mente e o corpo são considerados substâncias distintas, como eles podem ter relações causais? Domínio Semântico: qual é o referente dos termos que utilizamos corriqueiramente para descrever os estados mentais? Se não temos acesso direto aos estados mentais de outra pessoa, como sabemos que termos como “calor” significam a mesma coisa para nós e para outro ser, mesmo que este ser seja de nossa espécie? Por fim, ainda que estados e processos mentais tenham causas externas extremamente semelhantes às nossas, podem eles ter alguma diferença interna oculta? Domínio Epistemológico: como podemos determinar se outra coisa, além de nós mesmos, é um ser consciente e não um autômato inconsciente cujo seu comportamento tem outra origem que não estados mentais? Se este autômato tivesse estados mentais, existiria alguma diferença dos nossos? Como poderíamos decidir? Qual é a natureza do acesso que temos aos conteúdos de nossa própria mente? Após a análise e discussão dos problemas e postulados apresentados por diferentes correntes, classificamos tais perspectivas como naturalistas, de acordo com a caracterização proposta por Abrantes
(2004). Em seguida, mostramos a proximidade da concepção de mente de Gilbert Ryle (1900-1976) com as perspectivas naturalistas. Por fim, apontamos que as concepções naturalistas e a proposta de Ryle (1949) corroboram a pensar a natureza do conhecimento e da mente para além das abordagens representacionistas e proposicionais.