A FILOSOFIA DA HISTÓRIA E O PROGRESSO HEGELIANO
SILVA, Gabriel Rodrigues da - email:gabriel-rs@outlook.com.br
Esta comunicação propõe a apresentar, sobre um aspecto geral, o pensamento do filósofo alemão G.W.F. Hegel (1770-1831) acerca da história. Utilizando principalmente a obra Filosofia da História – publicada pela primeira vez em 1837, após o falecimento do autor –, busco analisar e explicitar os diferentes modos de abordagens
históricas elaboradas por Hegel, as quais são: a história original, a história reflexiva e suas subdivisões e, por último, a história filosófica. Após isso, centralizo os estudos no conceito de progresso ou, como podemos chamar aqui, progresso-histórico. Segundo Hegel, a história filosófica aparece quando percebemos que a razão governa o mundo e, portanto, as ações e os acontecimentos que ocorreram, ocorrem e ocorrerão fazem parte desta razão. Tal percepção – isto é, compreender que a história se desenvolve e progride de acordo com a razão – é possível quando nos voltamos ao estudo da história, utilizando-a como material e observando e analisando atentamente os eventos históricos passados. De acordo com Hegel, este processo histórico – que de certa forma é designado ao espírito pela razão – é percurso do espírito buscando constantemente uma maior consciência de liberdade e, portanto, uma maior compreensão de si, pois, a liberdade já se encontra nele, e não lhe é algo alheio, distante ou exterior, ela está em seu centro e é sua substância. Porém, como ressaltado por Hegel, enquanto esta ideia permanece ainda como um princípio ela é apenas intencionalidade, uma possibilidade e, portanto, ainda não está completa em sua real existência. Através da paixão, da vontade e do desejo que direciona o agir de cada indivíduo é que a ideia será realizada, sendo assim, este princípio universal está presente no particular e por ele será efetivado. Hegel exemplifica com a ação de um homem que, ao incendiar a casa de outro homem por vingança, através de uma reação em cadeia acaba por incendiar diversas casas, destruindo as propriedades e os bens de muitas outras pessoas inocentes e, por fim, por cometer um crime, acaba prejudicando a si mesmo. Com isso, Hegel mostra que mesmo não fazendo parte da ação, e nem mesmo da intenção, o homem acaba atuando em um objetivo que lhe é desconhecido. Desse modo, há na filosofia da história de Hegel um caminho lentamente progressivo que se dirige a uma finalidade, que é a liberdade, esta, por sua vez, se concretizará somente no Estado.