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UMA ANÁLISE CRÍTICA DA CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO NO TEETETO SALSMAM, Isabele Vieira - email: salsmanisabele@outlook.com
O “Teeteto” é uma obra platônica que investiga, primordialmente, a natureza do conhecimento. O diálogo se dá principalmente entre o matemático Teeteto e Sócrates que, através do método maiêutico, busca ajudar o jovem “dar à luz” uma definição satisfatória de conhecimento. Em síntese, uma das respostas à questão foi que conhecimento seria sensação, outra é a de que o conhecimento é uma opinião verdadeira e a última e mais adequada delas, porém contendo o problema da má circularidade, é a de conhecimento como crença verdadeira justificada racionalmente. De início, o jovem Teeeto tenta definir conhecimento enumerando-o de diversas formas. Usa de exemplo a Geometria e algumas outras artes, mas Sócrates o responde de maneira irônica, como de costume, afirmando que o que deseja é a definição de conhecimento em si. Em mais uma tentativa, conhecimento é definido por Teeteto como “sensação”. Essa resposta tem três interpretações, todas refutadas. Sócrates, em relação à primeira interpretação da hipótese de conhecimento ser sensação, alega que Protágoras já havia defendido esta concepção, com outras palavras: O homem é a medida de todas as coisas. Na segunda interpretação de conhecimento como sensação, é mostrado que a tese do Protágoras tem certa influência (fundamentação ontológica) da teoria do fluxo universal de Heráclito: nada é estável, tudo se altera a todo instante em todos os sentidos. Por fim, na terceira interpretação, quando a hipótese de que conhecimento seria sensação é descartada definitivamente, “sensação” ganha equivalência com o termo “percepção”. O presente trabalho tem o objetivo de comentar a concepção platônica de conhecimento que está contida em “Teeteto”, que a filosofia até hoje investiga e por essa ideia é influenciada, e de expor o contraste do pensamento Platônico em relação ao Sofista, que se trata principalmente da divergência entre opinião pessoal e verdade universal, muito forte nessa primeira parte da obra. Essa reflexão acerca da discordância dessas duas teorias traz consigo papéis filosóficos bem importantes, pois Sócrates foi um marco na história da filosofia, e compreender as ideias sofistas nos possibilita entender o papel que ele tenta desempenhar. Ao criticar Protágoras no diálogo, Platão deixa mais evidente seu
ponto de vista. Além disso, a filosofia tem por característica valorizar tanto a teoria a ser estudada quanto as que discordam da mesma e o porquê da discordância.

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