NIETZSCHE E A VERDADE QUE SE TORNOU VERDADE
ROCHA, Rodrigo Magalhães Nogueira - EMAIL: rorocha97@gmail.com
A concepção de verdade no filósofo alemão Friedrich Nietzsche vai representar o rompimento de um paradigma que perdurou por séculos: a busca por uma e única Verdade que represente uma estrutura imutável, indelével, capaz de explicar o primeiro fundamento de todas as coisas. Tal Verdade, dirá Nietzsche, não passa de um mecanismo que o intelecto humano criou para se conservar diante do caos existencial; uma maneira de se segurar em algo inescapável, intransitivo, permanente: como por exemplo, o Ser é, de Parmenides. Além dessas características inerente à necessidade da verdade, esta pretende discorrer sobre o mundo de maneira inequívoca, através de uma conciliação entre o discurso e a realidade, a apreensão da coisa em si; quanto a esse aspecto, ele dirá, em seu texto intitulado “Sobre a verdade e a mentira no sentido extramoral”: “…e como todo transportador de carga quer ter seu admirador, mesmo o mais orgulhoso dos homens, o filósofo, pensa ver por todos os lados os olhos do universo telescopicamente em mira sobre seu agir e pensar”. A guerra de todos contra todos, como natureza implicada no ser humano, é, também, um dos motivos para que o impulso à verdade se fortaleça, já que se faz necessário a fuga desse estado “primitivo”, por meio de uma criação de um tratado de paz, uma convenção para se viver em rebanho ou em sociedade. Essa última característica foi a mais importante para uma distinção acerca da verdade e da mentira, pois, uma vez convencionado uma linguagem comum aos homens que vivem bem ou que vivem coletivamente, tal linguagem vai delimitar os limites da verdade para com a mentira, e todos aqueles que não utilizarem de palavras que seja comum à comunidade serão rechaçados como loucos, imprudentes e dignos de serem chamados de mentirosos, ou seja, a conservação da vida é o elemento propulsor que rege a criação dessa convenção chamada de verdade. Sendo assim, os questionamentos acerca da verdade é o motivo principal de meu trabalho, pretendo expô-lo de maneira coerente e concisa.