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O absurdo e o suicídio em Albert Camus: ontem e hoje

SOUZA, Gabriel Aires de – FFC/UNESP

Orientador: Paulo César Rodrigues

Palavras-chave: Absurdo; Suicídio; Hábito, Albert Camus

O presente trabalho busca dissertar a respeito do conceito de absurdo na obra do filósofo e romancista franco-argelino, Albert Camus. Primeiramente apresentaremos o problema essencial do texto e também de uma das principais obras do escritor (O Mito de Sísifo): julgar se a vida vale a pena ser vivida. Com isso então, apresentaremos três conceitos que julgamos cruciais para o entendimento e a proposta do texto: o absurdo, o suicídio e o hábito. O absurdo segundo Camus é a condição que nos assola, mas que apenas se torna um problema em nossas vidas quando nos apercebemos de sua presença. O autor se utiliza do mito grego de Sísifo para ilustrar essa condição. Rolamos uma gigantesca pedra montanha acima em nossa vida, para que quando chegarmos ao topo deixá-la rolar e enfim reiniciar o processo. Assim como Sísifo, somos também condenados à uma existência sem sentido, o que nos levaria a questionar: se a vida não tem sentido, por que vive-la? O hábito por sua vez é o fator que pode fazer com que caiamos no absurdo, mas também é através de novos que podemos tornar a existência prazerosa novamente. Viver as mesmas situações durante a vida nos desgasta e faz com que percebamos o quão inútil é se preocupar com certas coisas, o que pode fazer com que passemos de um engajamento nas tarefas e um empenho para se atingir algo em uma condição desprazerosa e agoniante. Albert Camus em sua obra irá propor que a forma de podermos nos livrar desse aprisionamento seria o apego a vida, a morte é o mal maior, devemos nos empenhar de uma maneira hedonista e bucólica em gozar ao máximo nossa ínfima passagem pela vida. Porém, realizaremos uma tentativa de demonstrar que essa atitude talvez não seja convincente o suficiente para o agoniado. Basta então, a simples focalização nos aspectos positivos, a quebra do hábito e a criação de novos. Para Camus, devemos imaginar Sísifo como um homem feliz apesar de sua sentença, da mesma maneira, devemos perceber que mesmo a vida sendo desprovida de sentido ainda podemos recriar nossa realidade.

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