top of page

Imaginação na Crítica da Razão Pura

 

OLIVEIRA, Artur Smoliak de – FFC/UNESP

Orientador: Ubirajara Rancan de Azevedo Marques

Palavras-chave: Kant; Imaginação; Crítica da Razão Pura

O presente trabalho tem como objetivo apresentar o conceito de imaginação (Einbildung & Einbildungskraft) presente na obra Crítica da Razão Pura, de Immanuel Kant; com especial foco na primeira divisão da segunda parte, a saber, a Analítica Transcendental. A apresentação de tal conceito tem como objetivo (sendo o termo “conceito” utilizado até dado momento em lato sensu), primeiramente, expor de forma sumária a importância que a imaginação possui e, em segundo, comparar a primeira edição (de 1781) com a segunda edição da obra (de 1789), em que grande parte da segunda secção Da Dedução Dos Conceitos Puros Do Entendimento foi reescrita, modificando, no mínimo, o modo de apresentação que a imaginação possui de uma edição à outra. Para tal empreitada, a apresentação que é realizada no §10 da Crítica referente ao papel da imaginação será sumariamente analisado, pois, tal parágrafo, se mantém em ambas edições mas, pode ser analisado tanto como um parágrafo desconexo na segunda edição, não realizando o que é proposto, quanto um parágrafo que mantém, pelo menos de forma essencial, o papel da imaginação em ambas as edições. A função desempenhada pela imaginação, pelo menos expressa de forma mais objetiva na primeira edição da obra, é de unir as duas faculdades (a responsável pelas intuições e a responsável pelos conceitos) em um tronco comum, sendo essa síntese não apenas uma possibilidade que a razão humana possui, mas uma necessidade para que possamos ter um conhecimento necessário e universal. Todavia, tais faculdades possuem diferentes modos de apreensão, uma sensível e receptiva (intuições) e a outra espontânea e pertencente ao entendimento (conceitos). O que torna necessário uma síntese entre duas faculdades distintas que não podem trocar as funções. Assim, a união entre conceitos e intuições realizada pela imaginação, aos poucos é apresentada por Kant como força (Kraft) fundamental a partir da qual as duas faculdades que permitem o conhecimento têm sua origem. Por conseguinte, a diferenciação do termo Einbildung para Einbildungskraft é a colocação da imaginação como “força imaginativa”; como uma capacidade; ou melhor, como uma faculdade da alma humana capaz de sintetizar outras duas faculdades extremamente distintas e impermutáveis. Deste modo, a imaginação não é apenas um resultado da síntese, mas é ela, enquanto faculdade humana, a responsável por realizar a síntese das distintas faculdades e, conforme apresentado na primeira edição, a fonte de tais faculdades, tornando sua análise algo imprescindível para a compreensão da primeira Crítica kantiana. Para tal investigação foi utilizado como material base as obras: Crítica da Razão Pura e Prolegómenos a toda metafísica futura que queira apresentar-se como ciência, mas não se restringindo somente a tais obras.

bottom of page