Apontamentos sobre a dedução transcendental de Kant
SALVIO, Thiago de Souza – FFC/UNESP
Orientador: Márcio Benchimol Barros
Agência de Fomento: CAPES
Palavras-chave: Dedução Transcendental; Crítica da Razão Pura; Kant
A dedução transcendental das categorias pode ser considerada o cerne da Crítica da Razão Pura, encerra a filosofia crítica em quase sua totalidade, sob a forma de uma única espessa trama. A dedução da segunda edição pode ser encarada como a exposição mais amadurecida da teoria kantiana do conhecimento em todas as suas partes essenciais. Tudo o que antecede a dedução, nomeadamente a “estética transcendental” e a primeira parte da “lógica transcendental” são tratados lá sob o ponto de vista da relação definitiva daquelas entre si e seu significado último é revelado no sentido determinante das condições de possibilidade da experiência. Por conseguinte, sucede da dedução nomeadamente o conteúdo da segunda parte da analítica e da dialética transcendental, de certo modo, a aplicação ampla da dedução. Em resumo, Kant perquire a nova unidade entre lógica e metafísica que constitui o último resultado de seu pensamento especulativo: com efeito, na consciência, a espontaneidade lógica une-se com uma receptividade sensível ligada ao espaço e ao tempo e pode, dessa maneira, dar origem à organização das representações e suas leis. Em resumo, Kant perquire a nova unidade entre lógica e metafísica que constitui o último resultado de seu pensamento especulativo: com efeito, na consciência, a espontaneidade lógica une-se com uma receptividade sensível ligada ao espaço e ao tempo e pode, dessa maneira, dar origem à organização das representações e suas leis. Posto que “Dedução Transcendental dos conceitos puros do entendimento (B)”, é constituída de treze parágrafos (§15-27) e, conforme as palavras do próprio Kant, é a parte da CRP que mais exigiu dele (A XVI); nela se procura refutar a noção de inatismo, defendendo o conceito “Eu penso”, de maneira muito diferente do “cogito ergo sum” (Penso, logo existo) de Descartes; expõe a unidade lógica da consciência e o conceito “apercepção transcendental” e analisa sua função na elaboração do conhecimento, tematiza a forma lógica dos juízos e a objetividade das categorias. O estudo a se seguir tem por desdobramento a reconstrução do argumento constante que Kant apresenta entre B 130-169, na Dedução Transcendental (2ª ed. 1787), por meio de uma análise exegética.