Vida e A Vida: o gesto como expressão da solidão em A alma e as formas
REIS, Júlia Ferreira – UNESP
Orientador: Pedro Geraldo Aparecido Novelli
Agência de Fomento: CAPES
Palavras-chave: Gesto; Solidão; Vida; Forma; Jovem Lukács
O objetivo do presente trabalho é de investigar os termos "Vida" e "A vida" da obra A alma e as formas, de Georg Lukács, como componentes da análise feita pelo autor sobre arco cênico em que se encontra o sujeito na modernidade; a paisagem da Nostalgia e Solidão. Em A alma e as formas, o autor abordará o conceito de Solidão através das estruturas artísticas: da tragédia ao ensaio, do lirismo à pintura, figurados em ensaios que pretendem ser para Lukács um experimento de si mesmo, onde cada ensaio é um experimento em que no seu centro está um jogo entre o mim (objeto – caso oblíquo tônico) e o eu (sujeito - caso reto) – o que proporciona ensaísta ter que encontrar a si próprio para refletir sobre si mesmo - situação em que já é possível identificar a empregação da separação de “Vida” e “A vida” na filosofia do jovem húngaro. Em uma de suas autoexperimentações, o Georg Lukács adentrará a filosofia kierkegaardiana para perscrutar a Solidão: uma vez que o Gesto de Kierkegaard, do ensaio "Quando a forma se estilhaça ao colidir com a vida: Søren Kierkegaard e Regine Olsen", molda a Forma como uma estrutura unívoca e distante do caos que é a vida, narrando uma ruptura entre a Vida e a Forma, sendo colocada posteriormente como “Vida: poder viver algo até o fim. A vida: nada é completamente vivido até o fim.” (LUKÁCS, 2015, p. 218). Em que "Vida" se relaciona com a realidade imediata e "A vida", que corresponde à Forma, se relaciona apenas com a realidade idealizada, como duas realidades anímicas que necessariamente se contrapõem: "Desse modo, a questão do sentido da individualidade e do indivíduo isolado é representada de forma paradoxal. O gesto de Kierkegaard é “expressão” de um indivíduo solitário diante de uma vida tornada sem sentido." (MACHADO, 2004, p. 28). Em vista disso, o autor narra uma ruptura entre a Vida e a Forma que dará configuração ao drama no ensaio "Metafísica da tragédia" e ao conceito de Pobreza de Espírito no pós-script “Da pobreza de espírito: um diálogo e uma carta”.