Hegel e a Moralidade
NASCIMENTO, Giovanni Bertelli - FFC/UNESP
Orientadora: Ricardo Pereira Tassinari
Palavras-chave: Moralidade; Verdade; Hegel
É inegável que exista, hoje em dia, um terrível afastamento da categoria do verdadeiro. A opinião comum, como muito bem mostra Hegel, “se prende à oposição entre falso e verdadeiro” e não concebe, na diversidade de opiniões, a não ser a contradição. A partir deste ponto o ceticismo e o cinismo florescem facilmente, pois, uma vez que na diferença só há contradição, a visão de qualquer posição passa a ser uma visão relativa, uma que funciona dentro de certos preceitos e princípios e que julga tudo por eles. Sendo assim, tudo se legitima e não se legitima ao mesmo tempo. Posso afirmar, por exemplo, que o feminismo leva necessariamente a uma sociedade mais justa, livre e feliz, ou que devemos sempre considerar o outro como a si mesmo para atingir mesmo fim, e na perspectiva de um destes cínicos/céticos, isto não passa de minha visão da coisa, que é tanto meu modo de ver como um falso ser dela. Em uma frase, o conhecimento, no sentido clássico da palavra, não é possível. Se é verdadeiro que este mal se estende por praticamente toda a área discursiva, no âmbito ético/moral aparece de forma gritante, que, via de regra, é diminuído a um discurso sobre suas emoções, quando digo, por exemplo, que Bolsonaro é uma má pessoa, compreendem que não gosto de Bolsonaro, e caso não se mostrem imediatamente emotivistas, acham que expresso um julgamento moral mas que aí se encerra, que não há uma verdade para balizar. Contando com o dito, o atual ensaio propõe expor parte da visão de Hegel, como figurada na A Moralidade Subjetiva, presente na Filosofia do Direito e no Espírito Objetivo da Enciclopédia das Ciências Filosóficas, sobre o tema, em especial, a defesa da existência da verdade ética/moral e a explicitação parcial dessa verdade, no caso, a da moral (dado que o autor separa moralidade de eticidade), de acordo com o desenvolvimento da Vontade.