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Sartre e Merleau-Ponty: um estudo sobre a noção de intencionalidade

 

MACIEL, Gabriel Leva França – FFCLRP/USP

Orientador: Reinaldo Furlan

Agência de Fomento: PUB/USP

Coautor: PIZELLI, Fabrício Rodrigues - FFC/UNESP

Orientador: Paulo César Rodrigues

Agência de Fomento: FAPESP

Palavras-chave: Merleau-Ponty; Sartre; Intencionalidade; Corpo; Consciência

 

Almeja-se, no presente estudo, realizar uma exposição do conceito de intencionalidade, desenvolvido na primeira fase do pensamento fenomenológico de Sartre e na segunda grande obra de Merleau-Ponty. A análise concernente a Sartre refere-se à obra A Transcendência do Ego, publicada em 1936; no que tange a Merleau-Ponty, aborda-se A Fenomenologia da Percepção, publicada em (1945). Em Sartre, a intencionalidade possibilita a demonstração da tese de que o Ego não habita formalmente nem materialmente a consciência, pois a intencionalidade caracteriza-se como um movimento em direção ao mundo, expulsando todos os conteúdos da consciência. Através da concepção de intencionalidade, centrada na consciência, Sartre, de certa maneira, radicaliza a afirmação husserliana onde “toda consciência é consciência de alguma coisa”. Em outras palavras, na interpretação sartriana, a intencionalidade permite tratar a consciência e seu correlato como duas entidades distintas, uma explodindo em direção à outra, a fim de garantir uma relação ontológica. No entanto, em Merleau-Ponty se encontra na noção de intencionalidade, como em toda sua teoria, a tentativa de superar o problema mente-corpo e a união do para-si ao em-si. Assim, o autor atribui à motricidade o caráter de intencionalidade originária, desse modo, o corpo vivo se torna o solo constitutivo da subjetividade e da própria intencionalidade. Entendendo-se o corpo como dimensão pré-reflexiva e auto reguladora, além de ocupar a posição de sujeito e objeto, imanência e transcendência, o mesmo se torna fundamental para a construção da intencionalidade. A noção de intencionalidade de Merleau-Ponty se faz mais originária e mais alargada do que em Sartre, pois o segundo considera o corpo como contingente, sem privilegiá-lo como no primeiro autor. Contudo, Merleau-Ponty foge da representação do corpo, ou do corpo em ideia, e procura a experiência do corpo ou o corpo em realidade, nessa realidade do esquema corporal a intencionalidade. Ao contrário de Sartre, que não considera o corpo como instância da intencionalidade.

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