Virtude e ateísmo: um estudo do Tomo II do Sistema da Natureza do Barão de Holbach
SANTOS, Gabriel Hamamoto dos – UNIFESP
Orientadora: Jacira de Freitas
Agência de Fomento: PIBIC
Palavras-chave: Ateísmo; Holbach; Mundo Moral; Virtude
Paul-Henri Thiry, filósofo e enciclopedista franco-alemão, mais conhecido como barão de Holbach, dedica o tomo II do Sistema da Natureza: Das Leis do mundo Físico e do Mundo Moral (2010) à análise da ideia de divindade e de como ela influencia a moralidade das ações dos indivíduos, bem como as relações que eles mantêm em sociedade. No tomo II, suas análises dedicam-se a elucidar o impacto dos sistemas religiosos e o do ateísmo e à subsequente defesa do ateísmo em função de suas vantagens sociais em relação às religiões analisadas. Na concepção do autor, o mundo moral é simplesmente o mundo físico considerado de algum ponto de vista, esse é detalhadamente analisado no tomo I da referida obra. O ateísmo é uma consequência necessária do materialismo, e não uma escolha, por isso, no capítulo doze do tomo II, intitulado “O ateísmo será compatível com a moral?” ele defende não só a resposta positiva à indagação, mas afirma que a moral é possível apenas no ateísmo. Como base para a sua argumentação, o filósofo retoma o tomo I, principalmente os capítulos destinados à natureza, ao estudo do homem e à felicidade, retoma também a sua análise da divindade e da superstição, propondo uma sociedade eudemonista, afinal, ambos os estudos, o das leis físicas e o das leis morais a têm como horizonte. A pesquisa aqui proposta visa a acompanhar as análises do conceito de virtude e a sua relação com o ateísmo, mais especificamente o percurso de tais análises no tomo II da mesma obra intitulado "Das Leis do Mundo Moral". O autor analisa a virtude tanto no mundo físico quanto no mundo moral, já que apesar de estar especificamente no mundo moral, é o mundo físico que fundamenta a dimensão moral, de modo que a virtude é, portanto, sustentada pela natureza, assunto principal do Tomo I. Neste estudo, após a fundamentação da virtude e a demonstração do lugar que ela ocupa na obra, dedicamo-nos à relação entre virtude e ateísmo, em razão da vinculação explicitamente efetuada pelo filósofo.