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Estudos sobre filosofia da ação: um olhar para a capacidade de ajustes dos organismos

POLETTO, Leonardo Queiroz Assis –  UNESP

Orientadora: Mariana Claudia Broens

Palavras-chave: Filosofia da ação; Ajuste; Hábito; Habilidade

O que é ação? Em que sentido ela se diferencia de movimento? A ação possui causas diferentes? Envolvem outros elementos? Podemos classificá-las em outra categoria? Estas questões expressam a dificuldade de distinguir ação de movimento o que é um dos problemas centrais da Filosofia da Ação. Gilbert Ryle em sua obra The concept of mind (1949) se debruça sobre estas questões. Neste livro, o autor aponta os problemas de defender causas ocultas para as ações e sustentar uma separação entre teorizar e agir, o que configura uma teoria da dupla ação do agente. De acordo com tal teoria, primeiro realizamos uma ação intelectual, proposicional, linguística de reconhecimento e aplicação de critérios e em seguida realizamos a ação prática, corporal de execução da tarefa. Em síntese, de acordo com Ryle (1949), esta perspectiva está atrelada ao Dualismo Substancial que considera que as causas da ação são do domínio mental, não testemunhável. Dessa forma, única coisa que poderíamos fazer são inferências a respeito das causas das ações a partir do comportamento do indivíduo em questão. Segundo Ryle (1949), a perspectiva do Dualismo Substancial enfrenta grandes problemas e o principal deles é o problema da relação causal mente-corpo. A fim de evitar tal problema, Ryle desenvolve uma nova teoria da mente, propondo a reclassificação lógica do conceito de mente como pertencente à categoria de disposição. Com isso, Ryle desenvolve uma nova teoria da ação em que os motivos das ações não são ocultos. Nessa perspectiva, ele formula a noção de ação inteligente, caracterizada como uma ação atenta por parte do agente cujos seus motivos são distintos da própria ação, isto faz com que elas envolvem habilidades e se distinguem dos hábitos ou ações automáticas. Nesse sentido, o presente trabalho tem o objetivo de propor uma reflexão a respeito da noção de ajuste como uma ação possível dos organismos de corrigir/alterar a conduta para além do fluxo causal dinâmico do sistema. Nossa intenção é não pensar esta ação de forma isolada, mas contextualizada dentro das interações sistêmicas entre agente e ambiente. Dessa forma, consideramos a noção de ajuste como um conceito pertencente à categoria lógica de disposição, fazendo parte da mesma família dos conceitos de hábito e habilidade, como proposto por Gilbert Ryle (1949).

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