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As concepções de sujeito no movimento jovem hegeliano

 

MARTINS, Douglas Rafael Dias – UNESP

Orientador: Pedro Geraldo Aparecido Novelli

Agência de Fomento: CAPES

Palavras-chave: Movimento jovem hegeliano; Sujeito; Filosofia Moderna

 

Nossa apresentação se baseia em uma pesquisa desenvolvida como parte introdutória de um projeto mais amplo – centrado na unidade e diferenças entre a concepção materialista de Karl Marx –, de modo que aqui nos detemos na análise sobre a noção de sujeito naquilo que ficou conhecido como o movimento jovem hegeliano na Alemanha da primeira metade do século 19. Tal noção, em linhas gerais, se mostrará importante por conter as características e o desenvolvimento epistemológicos, políticos e éticos assumidos desde a própria modernidade, representando ainda, mais particularmente, como veremos, a própria dissolução dessa tradição assumida desde a chamada ‘Filosofia Clássica Alemã’ como interpretado por Friedrich Engels em artigo dos anos de 1886-88. Nesses marcos, este grupo dos jovens hegelianos, que passa a constituir certa identidade após – e em torno – da crítica teológica de David Strauss em ‘Vida de Jesus’ de 1835, foi um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento do hegelianismo após a morte de Georg W. F. Hegel através de uma série de debates entre seus “membros”, assim como com outros setores e tendências daquela sociedade, de modo que nos anos seguintes passaram progressivamente da crítica da teologia e da filosofia da religião para a crítica social e da filosofia política. Em um período histórico de aumento da censura e da repressão em meados da década de 40, algumas dessas principais figuras como Bruno Bauer, Edgar Bauer e Max Stirner, assim como Ludwig Feuerbach, Moses Hess, Friedrich Engels e Karl Marx, buscaram interpretar aquela realidade germânica e desenvolver suas noções de sujeito partindo principalmente da herança deixada filosofia hegeliana, de modo que pretendiam chegar – por diferentes vias – na reconciliação com aquilo que consideravam como o ‘sujeito concreto’ e, conjunta e consequentemente, na transformação da sociedade alemã. Por fim, veremos que para os pertencentes a primeira ala dos jovens hegelianos era preciso admitir como ponto de partida a consciência-de-si como causa de sua própria essência e predicados, enquanto para aqueles da segunda ala era à substância que caberia esse papel já que a consciência-de-si seria desprovida de causalidade própria; assim como também se evidenciará como essas distintas concepções acabaram por antecipar e contribuir para o germe de algumas tendências críticas ao sistema filosófico de Hegel que só se consolidariam posteriormente – como o marxismo, mas também tendências que se manifestariam historicamente no século 20 como são os casos do existencialismo, a desconstrução e a teoria crítica, por exemplo.

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