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“Bolsonarismo”: a mise en scène brasileira

MANENTI, Taís Barbosa –  UNESP

Palavras-chave: Fascismo; Psicanálise; Jair Messias Bolsonaro

Em ‘A teoria freudiana e o padrão da propaganda fascista’, Adorno busca desnudar à luz da psicanálise freudiana o amalgama das massas e o porquê manifestam uma regressão comportamental no seio de sistemas democráticos. Ao invés de um comportamento racional, característico do indivíduo moderno, esses indivíduos diluídos em massa manifestam manifestam atitudes primitivas que acabam por engendrar episódios de intolerância e violência contra grupos inimigos, os chamados out-groups. Isso porque os indivíduos civilizados são, por excelência, frustrados. Diante a incapacidade de satisfação das demandas de seu próprio eu, esses indivíduos necessitam encontrar uma forma de expurgar, parcialmente, suas pulsões narcisistas. É nesse ponto que emerge a figura do líder como um objeto apto a receber essas pulsões e a fornecer a esses sujeitos um ideal de si mesmos sem vestígios de machas de frustração. O sentimento de ressentimento gerado devido a essa frustração de civilização é canalizado na figura do líder e fundido com uma submissão autoritária. A construção freudiana da figura do líder vai ao encontro da liderança do tipo fascista. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo expor os mecanismos que colocam em xeque a ilusão liberal de que haveria uma dilatação gradativa da tolerância na medida em que a civilização desfrutasse de certo progresso e, por meio desta abordagem, delinear em instâncias psicológicas a gênese dos movimentos fascistas de massa, com o enfoque na figura do líder conservador Jair Messias Bolsonaro, presidente eleito através do processo eleitoral brasileiro de 2018.

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