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Ambivalências: Rousseau entre o ser e o parecer

 

LAZARO, Gabriel Von Prata – UNESP

Orientador: Ricardo Monteagudo

Agência de Fomento: CAPES / PIBID

Palavras-chave: Rousseau; Polidez; Ser; Parecer; Ciências; Artes

 

O objetivo do presente trabalho é desenvolver a discussão que na qual Rousseau conduz sobre as consequências da constituição da polidez em um povo pelas artes, e, a saber, como ele mesmo resolve, em prol da fixação e mantimento das mesmas. Assim, o trajeto do trabalho principia na resposta de Rousseau ao concurso da academia de Dijon – que versava sobre se há uma contribuição das ciências e das artes em relação aos costumes –, discurso que, de forma explícita, apresenta um completo não como resposta. O Primeiro Discurso, que será abordado, segundo Arbousse-Bastide, tem como objetivo explicitar uma perspectiva moral e política, que ergue com uma avaliação histórica, desse modo, o argumento de Rousseau se estabelece contra o que é danoso à sociedade, de acordo com o que se pode refletir historicamente no âmbito político e moral. Assim, em primeiro momento, Rousseau atenta como as artes alimentam a hipocrisia, de forma a criar um conformismo estético. Tal conformismo é a condição alicerçada pelas artes ante a não distinção entre o ser e o parecer. Tão logo, influenciadas pelo luxo e pela vaidade: corrompem os cidadãos; de modo que a fineza e a sutilidade, não fazem nada além de reduzir costumes à forma de agradar. Destarte, os indivíduos perdem suas características originais. O resultado é um povo politizado, ou seja, um povo formado por um molde geral, estabelecendo a ordem de uma polidez social. Em outras palavras, a crítica de Rousseau está para: a formação de um rebanho social, que é fruto polidez, formando povos policiados que, por ordenar uma certa conduta, malbarata as características individuais. Com efeito, o estabelecimento da polidez quebra a confiança social pois já não mais se conhece o particular; somando-se a inveja provocada pelo luxo: a constituição de um povo se degenera. Portanto, visa-se construir movimento crítico sobre a possibilidade de instituir um pirronismo perigoso, devido a forma com que as próprias artes moldam os valores, fazendo com que tudo o que está fora do parecer social – somados à invenção de seus méritos, isto é, a criação de ídolos e sábios – que por fim se degeneram.

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